Neste dia mundial da conscientização do autismo, achamos inspirador este poema escrito por Benjamin Giroux, de 10 anos, um menino autista, estudante de Nova York.
Nos emocionamos com o relato dele que foi um dos vencedores do mês da poesia das escolas americanas. O poema segue abaixo em tradução livre. É de se arrepiar e nos leva a refletir sobre a pior barreira para um autista, o preconceito.
Eu sou singular, eu sou novo
Eu gostaria de saber se você é também
Eu ouço vozes no ar
Eu vejo que você não, e isso não parece justo
Eu gostaria de não me sentir triste
Eu sou singular, eu sou novo
Eu finjo que você também é
Eu me sinto como um menino no espaço sideral
Eu toco as estrelas e me sinto fora de lugar
Eu me preocupo com o que os outros podem pensar
Eu choro quando as pessoas riem, isso me faz encolher
Eu sou singular, eu sou novo
Eu entendo agora que você também é
Eu digo ‘Eu me sinto como um rejeitado’
Eu sonho com o dia em que isso será ok
Eu tento me encaixar
Eu espero conseguir um dia
Eu sou singular, eu sou novo
Uffa!
Esse Poema é além de inspirador, uma injeção de animo e coragem para seguirmos na luta pela conscientização do Autismo. construímos abaixo uma linha do tempo explicando os fatos mais relevantes sobre o Autismo.
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1908 – Eugen Bleuler, psiquiatra suíço usa pela primeira vez o termo “autismo” para descrever um grupo de sintomas que relaciona à esquizofrenia. A palavra tem raízes no grego “autos” (eu).
1943 – Leo Kanner, psiquiatra austríaco, radicado nos Estados Unidos e diretor de psiquiatria infantil do Johns Hopkins Hospital, publica a obra “Distúrbios Autísticos do Contato Afetivo”. Nela, descreveu casos de onze crianças que tinham em comum “um isolamento extremo desde o início da vida e um desejo obsessivo pela preservação da mesmice, denominando-as autistas” e usou o termo “autismo infantil precoce”, pois sintomas já apareciam na primeira infância.
1952 – DSM-I – A Associação Americana de Psiquiatria publica a primeira edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Doenças Mentais. Esse manual fornece uma nomenclatura e critérios padrão para o diagnóstico de transtorno mental. Nesta primeira edição, sintomas autísticos semelhantes eram classificados como um subgrupo da esquizofrenia infantil. Autismo não era considerado como um diagnóstico separado.
1965 – Temple Grandin, jovem americana que nasceu com autismo (Síndrome de Asperger), cria a “Máquina do Abraço”, um aparelho para lhe pressionar como se estivesse sendo abraçada e que a acalmava, assim como a outras pessoas com autismo. Ela revolucionou as práticas de abate para animais em fazendas e suas técnicas e projetos de instalação são usados no mundo todo.
1981 – Lorna Wing, psiquiatra inglesa, desenvolve o conceito de autismo como um espectro de condições na década de 1970 e, posteriormente, cunhou o termo síndrome de Asperger, numa referência à pesquisa de Hans Asperger. Seu trabalho revolucionou a forma como o autismo era considerado, e sua influência foi sentida em todo o mundo.
1988 – Rain Man torna-se um dos primeiros filmes comerciais a caracterizar um personagem com autismo. Embora o filme tenha sido fundamental para aumentar a conscientização e sensibilizar a opinião pública sobre o transtorno, também contribuiu para o equívoco de que todas as pessoas com autismo tenham habilidades “savant”.
2007 – 02 de ABRIL – “Dia Mundial da Conscientização do Autismo”
Para chamar a atenção para esse transtorno e despertar o interesse da sociedade, em 2007 a ONU institui o dia 2 de abril – como o Dia Mundial da Conscientização do Autismo. “Esse ato, pelo seu simbolismo, abriu possibilidades para um maior diálogo entre as famílias, profissionais da área e os próprios indivíduos com autismo.
2014 – Prevalência – Estima-se que o autismo atinja 1% da população, 70 milhões de pessoas no mundo, sendo 2 milhões no Brasil. O relatório de março de 2014 do Centro de Controle e Prevenção de Doenças – CDC, alertou para os novos dados sobre a prevalência de autismo nos Estados Unidos. Este estudo de vigilância identificou 1 em 68 crianças (1 em cada 42 meninos e 1 em cada 189 meninas) com Transtorno do Espectro Autista.
2014 – Causas – Um amplo estudo realizado na Suécia mostra que fatores ambientais são tão importantes quanto a genética como causa do autismo. Estes fatores – não analisados pelo estudo – poderiam incluir, segundo os autores, o nível socioeconômico da família, complicações no parto, infecções sofridas pela mãe e o uso de drogas antes e durante a gravidez. Os autores da pesquisa trabalham no King’s College de Londres e no Instituto Karolinska de Estocolmo. Eles se disseram surpresos ao descobrirem que a genética tem um peso de cerca de 50%, muito menor do que as estimativas anteriores, de 80% a 90%, segundo o artigo publicado no Journal of the American Medical Association – JAMA. O resultado partiu da análise de dados de mais de 2 milhões de pessoas na Suécia entre 1982 e 2006, e é o maior estudo já realizado sobre as origens genéticas do autismo.
Segundo os dados extraídos do Censo Escolar, divulgado anualmente pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o número de alunos com transtorno do espectro autista (TEA) que estão matriculados em classes comuns no Brasil aumentou 37,27% em um ano. Em 2017, 77.102 crianças e adolescentes com autismo estudavam na mesma sala que pessoas sem deficiência. Esse índice subiu para 105.842 alunos em 2018.
Esses são dados relevantes, porém é necessário enfatizar que não basta garantir a presença em sala de aula. Essa inclusão envolve a adaptação dos conteúdos abordados em sala de aula, formação especializada de professores e desenvolvimento de atividades e avaliações que considerando as particularidades e características de cada aluno.
Disponibilizamos abaixo a Cartilha sobre o Autismo, escrito por Ana Maria S. Ros de Mello, construída em homenagem ao seu filho, que é Autista.
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